Peso Saudável e Metabolismo: O Papel da Gordura Visceral e Como Combatê‑la
A obesidade não é apenas uma questão estética; a gordura visceral (depósitos de gordura em torno dos órgãos) aumenta o risco de diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e demência. Estudos mostram que a gordura é um tecido metabolicamente activo que secreta citocinas inflamatórias. A medicina funcional aborda o excesso de peso como um desequilíbrio metabólico multifactorial, considerando hormonas, inflamação, nutrição e estilo de vida.
Como a gordura visceral afecta o corpo
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Inflamação crónica: o tecido adiposo visceral liberta TNF‑α e IL‑6, promovendo resistência à insulina e favorecendo doenças crónicas.
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Resistência à insulina: excesso de gordura abdominal dificulta o transporte de glicose para as células, aumentando o açúcar no sangue e estimulando o pâncreas a produzir mais insulina.
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Desequilíbrio hormonal: a gordura abdominal actua como órgão endócrino, alterando hormonas como cortisol, leptina e adiponectina.
Estratégias para reduzir a gordura visceral
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Dieta anti‑inflamatória:
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Baseada em vegetais, peixe, azeite, frutos secos e sementes (dieta mediterrânica).
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Reduza açúcar, farinhas refinadas e óleos vegetais industrializados.
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Inclua proteínas magras e leguminosas para saciedade e estabilização da glicemia.
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Jejum intermitente:
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Janelas de alimentação de 8 a 10 horas ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina e promovem a queima de gordura. O jejum deve ser introduzido gradualmente e monitorizado.
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Treino intervalado de alta intensidade (HIIT) e musculação:
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Exercícios curtos e intensos estimulam a lipólise visceral mais eficazmente que cardio moderado. Combinar HIIT com treino de resistência preserva a massa muscular e aumenta o metabolismo basal.
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Gestão do stress:
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Cortisol cronicamente elevado estimula o armazenamento de gordura abdominal. Técnicas de respiração, mindfulness, ioga e terapia cognitivo‑comportamental ajudam a reduzir o cortisol.
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Sono e ritmo circadiano:
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Dormir 7‑9 horas regula hormonas como leptina (saciedade) e grelina (fome). Exposição à luz natural durante o dia e evitar ecrãs à noite melhoram o ritmo circadiano.
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Avaliar desequilíbrios hormonais e tiroidianos:
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Hipotiroidismo e desequilíbrios de cortisol podem dificultar a perda de peso. Testes hormonais permitem ajustar o tratamento.
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Suplementos de apoio (sempre com orientação profissional)
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Ácidos gordos ómega‑3 para reduzir inflamação.
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Berberina e canela para melhorar a sensibilidade à insulina.
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Probióticos específicos que influenciam o peso corporal (estudos sobre lactobacillus gasseri).
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Vitamina D, associada a melhoria na composição corporal.
Se tem dificuldade em perder gordura abdominal, mesmo com dieta e exercício, pode haver desequilíbrios hormonais ou inflamatórios que necessitam de avaliação. A medicina funcional oferece um plano integrado para restaurar o metabolismo e alcançar um peso saudável. Marque já a sua avaliação.
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