Peso Saudável e Metabolismo: O Papel da Gordura Visceral e Como Combatê‑la

Peso Saudável e Metabolismo: O Papel da Gordura Visceral e Como Combatê‑la

A obesidade não é apenas uma questão estética; a gordura visceral (depósitos de gordura em torno dos órgãos) aumenta o risco de diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e demência. Estudos mostram que a gordura é um tecido metabolicamente activo que secreta citocinas inflamatórias. A medicina funcional aborda o excesso de peso como um desequilíbrio metabólico multifactorial, considerando hormonas, inflamação, nutrição e estilo de vida.

Como a gordura visceral afecta o corpo

  • Inflamação crónica: o tecido adiposo visceral liberta TNF‑α e IL‑6, promovendo resistência à insulina e favorecendo doenças crónicas.

  • Resistência à insulina: excesso de gordura abdominal dificulta o transporte de glicose para as células, aumentando o açúcar no sangue e estimulando o pâncreas a produzir mais insulina.

  • Desequilíbrio hormonal: a gordura abdominal actua como órgão endócrino, alterando hormonas como cortisol, leptina e adiponectina.

Estratégias para reduzir a gordura visceral

  1. Dieta anti‑inflamatória:

    • Baseada em vegetais, peixe, azeite, frutos secos e sementes (dieta mediterrânica).

    • Reduza açúcar, farinhas refinadas e óleos vegetais industrializados.

    • Inclua proteínas magras e leguminosas para saciedade e estabilização da glicemia.

  2. Jejum intermitente:

    • Janelas de alimentação de 8 a 10 horas ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina e promovem a queima de gordura. O jejum deve ser introduzido gradualmente e monitorizado.

  3. Treino intervalado de alta intensidade (HIIT) e musculação:

    • Exercícios curtos e intensos estimulam a lipólise visceral mais eficazmente que cardio moderado. Combinar HIIT com treino de resistência preserva a massa muscular e aumenta o metabolismo basal.

  4. Gestão do stress:

    • Cortisol cronicamente elevado estimula o armazenamento de gordura abdominal. Técnicas de respiração, mindfulness, ioga e terapia cognitivo‑comportamental ajudam a reduzir o cortisol.

  5. Sono e ritmo circadiano:

    • Dormir 7‑9 horas regula hormonas como leptina (saciedade) e grelina (fome). Exposição à luz natural durante o dia e evitar ecrãs à noite melhoram o ritmo circadiano.

  6. Avaliar desequilíbrios hormonais e tiroidianos:

    • Hipotiroidismo e desequilíbrios de cortisol podem dificultar a perda de peso. Testes hormonais permitem ajustar o tratamento.

Suplementos de apoio (sempre com orientação profissional)

  • Ácidos gordos ómega‑3 para reduzir inflamação.

  • Berberina e canela para melhorar a sensibilidade à insulina.

  • Probióticos específicos que influenciam o peso corporal (estudos sobre lactobacillus gasseri).

  • Vitamina D, associada a melhoria na composição corporal.

Se tem dificuldade em perder gordura abdominal, mesmo com dieta e exercício, pode haver desequilíbrios hormonais ou inflamatórios que necessitam de avaliação. A medicina funcional oferece um plano integrado para restaurar o metabolismo e alcançar um peso saudável. Marque já a sua avaliação.

 

 

  1. Shuster, A., Patlas, M., Pinthus, J. H., & Mourtzakis, M. (2012). The clinical importance of visceral adiposity: A critical review of methods for visceral adipose tissue analysis. The British Journal of Radiology, 85(1009), 1–10. https://doi.org/10.1259/bjr/38447238

  2. Lee, S. H., Park, S. Y., Choi, C. S., & Yoon, Y. S. (2020). Visceral obesity is associated with metabolic syndrome in adults with normal body mass index. Diabetes & Metabolism Journal, 44(4), 592–601. https://doi.org/10.4093/dmj.2019.0170

  3. Després, J.-P. (2008). Abdominal obesity as important component of insulin-resistance syndrome. Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology, 28(6), 1039–1049. https://doi.org/10.1161/ATVBAHA.107.159228

  4. Popescu, I. G., Iorga, R. A., Antohe, I., Bălăceanu, A., & Mihăilescu, A. I. (2025). Visceral fat and metabolic health: Clinical relevance assessed by bioelectrical impedance analysis in patients with pulmonary disease. Nutrients, 17(6), 1024. https://doi.org/10.3390/nu17061024


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Catarina Veiga
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